NEGRO, EU? OLHA MINHA FICHA!
André Luiz.
A educação é um processo dinâmico na construção da Identidade. É dentro das instâncias educacionais que podemos debater os vários fatores explícitos e implícitos da sociedade e didaticamente educar, informar é fazer com que o individuo analise o meio em que vive. Trazendo isso para uma reflexão no âmbito da homogeneidade e formação étnica do Brasil, encontramos as mais diversas discussões na formação da identidade.
Dessa forma podemos definir a identidade como um conjunto de caracteres próprios e exclusivos com os quais se podem diferenciar pessoas quer diante do conjunto de diversidade, quer ante seus semelhantes.
O Brasil é palco de discussões sobre diversidades étnicas subdividindo o conceito de raça em branco, negro e índio. Essa miscigenação causa um desconforto na auto-afirmação do individuo, talvez o fato do Brasil carregar as marcas do processo escravocratas e o trabalho do negro tenha sido, desde o inicio da história econômica, essencial à manutenção do bem estar das classes dominantes, deu-lhe um papel central na gestação e perpetuação de uma ética conservadora e desigualitária.
Esses fatores contribuem para a negação da identidade, distanciando o individuo da origens africanas e indígenas e estreitando ao europanismo.
Uma prova concreta da aceitação ou não aceitação são as fichas de inscrições de matriculas dos alunos, o que se nota em uma comunidade composta pela a maioria negra não é encontrado a maioria de alunos que se auto afirmam negros.
Brejinho de Nazaré é uma cidade situada à margens do rio Tocantins, composta por uma população visivelmente negra, podemos afirmar que os brancos são oriundos de outros municípios. Brejinho de Nazaré possuem duas comunidades Remanescente de Quilombos, mas a presença negra não é declarada por sua população.
Brejinho de Nazaré, tem 650 alunos na rede municipal desse total de alunos só 2,5% estão declarados negro nas fichas de inscrições de matriculas. Podemos fazer vários questionamentos da causa ou a falta de causa da auto-afirmação de sua identidade e de sua cor. Vendo o baixo índice de negros declarados , percebe que a história ainda tem um peso grande na formação do individuo e que a escola tem muito o que trabalhar, informar e socializar.
Para refletir deixarei algumas perguntas:
De quem é a culpa?
- As escola tem trabalhado a Lei 10.639/03 e 11.645./08?
- O que faz os pais a não declarar seus filhos como negros?
- É papel da escola ou de outros segmentos da sociedade?
GRUPO DE CONSCIENCIA NEGRA DO TOCANTINS- MOCAMBO DE BREJINHO DE NAZARÉ-TO.
4 de mar. de 2010
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